O Brasil começou a se destacar no mercado GNL de pequena escala, isso por conta da versatilidade que este combustível trás, é o que indica Eduardo Navarro Antonello, fundador da Macaw Energy, “O GNL de pequena escala traz muita flexibilidade, além de ser de rápida implementação. São questões de meses para estar com uma unidade de pequena escala em operação”.
Esse nicho está em alta nos últimos anos, e pode ser uma chance de interiorizar o gás para outras regiões estratégicas do País.
Além disso, muitos consultores enxergam nesse segmento uma possibilidade de destaque de crescimento e elevação da demanda para alcançar a independência energética.
Entenda a posição do mercado de GNL de pequena escala atualmente, e conheça a opinião de especialistas sobre o potencial brasileiro.
Mercado de GNL
O mercado de GNL teve um crescimento considerável em 2021, com aumento de 81,7% na aquisição de gás. Com isso, o Brasil atingiu 37,7 milhões de m³/dia, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP).
Essas importações foram realizadas por três terminais da Petrobras e dois privados, da Celse e GNA. No momento, o País conta com 8 terminais de regaseificação ancorados em termelétricas.
Para o especialista Eduardo Navarro Antonello, a capacidade de alimentação desses terminais supera o dobro do consumo de gás natural liquefeito no País.
Para o Brasil, investir no Gás Natural Liquefeito pode ser vantajoso para contribuir para uma transição energética alternativa, substituir insumos importados e, no caso do mercado de pequena escala, fazer a interiorização do uso do gás. Tudo isso, permitirá que o País se posicione competitivamente no cenário internacional.
“O mercado de pequena escala tem crescido muito e já existem vários players pequenos atuando em parceria com as distribuidoras”, comenta Eduardo Navarro Antonello, fundador da Macaw Energy, em entrevista para o Poder360.
Mercado de GNL de pequena escala
O mercado de GNL de pequena escala concentra a sua extração e distribuição para atender demandas menores, em vez de focar nas atividades para maiores consumidores.
Esse tipo de investimento está atraindo mais empresas interessadas, especialmente pelas expectativas de interiorização das malhas. Atualmente, existe uma maior concentração de dutos no litoral, o que significa que é possível avançar para o interior e ganhar espaço.
Manter esse interesse em empresas privadas é fundamental para expandir o mercado de GNL no Brasil. “Ao desenvolver projetos estruturantes em parceria com distribuidoras, é possível colocar uma base de compressão ou de liquefação na extremidade do duto, e em parceria com a distribuidora levar o GNL para um cliente industrial a mil quilômetros de distância, por exemplo. Construir um duto desse por conta seria muito oneroso e inviabilizaria o negócio”, explica o consultor Eduardo Navarro Antonello.
Além disso, o mercado de pequena escala é mais flexível e de rápida implementação, segundo Antonello. Um projeto amplo levaria meses para ter uma unidade em operação.
No entanto, com um mercado focado em consumidores menores é possível aumentar a demanda com maior autonomia, sem precisar de grandes obras para iniciar a operação. Para Eduardo Navarro Antonello, isso impulsionaria consideravelmente o mercado.
Por esse motivo, o foco na pequena escala vem ganhando força e defensores da área, como uma forma de impulsionar o GNL no Brasil.